O atual governo do Estado arrecadou mais recursos que os dois governos anteriores, mas endividou o Rio Grande do Sul como nenhum outro. Esta afirmação foi enfatizada por José Ivo Sartori nos dois debates entre os postulantes ao Palácio Piratini dos quais o candidato participou nesta quarta-feira, 22 – na sede da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) e na Rádio Guaíba. “A dívida do Estado foi aumentada em R$ 12 bilhões, e os serviços não melhoraram”, disse Sartori, citando como exemplo os setores de saúde, educação, segurança e a malha rodoviária.
A dívida do Estado com o governo federal – que atualmente compromete 13% da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado – foi outro tema em destaque. Sartori sustentou o que tem afirmado nos debates: a proposta de renegociação da dívida que deverá ser votada pelo Congresso Nacional, em novembro, não resolve a dificuldade financeira do Rio Grande do Sul. “O projeto que está lá não serve. Uma de nossas primeiras lutas será modificá-lo”, afirmou o candidato. Para Sartori, além da redução dos encargos, as prestações têm de ser diminuídas.
Sartori também cobrou de seu oponente uma declaração feita por ele em 2002, quando era candidato ao governo do Estado e Lula estava praticamente eleito presidente da República. “O senhor dizia naquela ocasião que a dívida, com o Lula presidente, seria renegociada. Passaram-se 12 anos do PT no governo federal, e até hoje não foi”, rebateu. Sartori ainda lembrou ao adversário que ele havia afirmado que não seria candidato novamente em 2010 se não houvesse a reestruturação da dívida.
Entre os setores mais prejudicados com o endividamento do Estado e a falta de recursos para investimentos, Sartori mencionou as rodovias. “A realidade é que as estradas pioraram, e todo mundo precisa delas, seja para se locomover, seja para o transporte da nossa produção”, disse ele. “Na Região Sul do Rio Grande, elas têm a pior situação de todos os estados brasileiros”, acrescentou.
Sobre pedágios, salientou que eles não foram eliminados e que os contratos atuais não têm previsão de tempo para terminar. “Não houve extinção de pedágios. O que ocorreu é que os contratos anteriores, que eram de 15 anos, se encerraram”, afirmou. Sartori ainda fez referência a uma pesquisa divulgada há poucos dias pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontando que, em 2010, 66% das rodovias gaúchas eram consideradas ótimas ou boas. Em 2011, o índice caiu para 62%; em 2012, para 58,7%; e no ano passado, para 48,9%. Agora, está em 32,4%.